Até
agora a estratégia da Marvel de entrelaçar seus filmes culminando
em um fecho de ciclo no filme dos Vingadores vem dando muito certo.
No ciclo 1 os filmes eram solos, tendo o enfoque na construção de
cada herói. Com o passar do tempo outros heróis foram sendo
incorporados (Hulk, Feiticeira Escarlate, Homem Aranha, etc)
misturando mais e mais os filmes, e assim se deu a construção do
universo Marvel nos cinemas, que embora seja baseado nos quadrinhos
segue bem distinto deles. No ciclo 3 completados com três filmes de
cada herói principal (Homem de Ferro, Capitão América e Thor), a
mistura foi tanta que Capitão América – Guerra Civil se tornou
quase um Vingadores 2 e meio, por trazer a maioria dos heróis do
universo num mesmo filme.
Vingadores
Guerra infinita com um pouco mais de uma semana já entra pro hall
dos maiores filmes do cinema, seja por público, pois vem arrebatando
até mesmo os que não estão familiarizados com os filmes
anteriores, seja por arrecadação financeira, já atingindo o seleto
clube do 1 bilhão de dólares. O filme vem iniciar o fim de um ciclo
que começou em Vingadores I, com a aparição do vilão Thanos, que
permeou o universo da Marvel nos cinemas por vários filmes até
chegar agora no décimo nono filme. Devendo encerrar a era dos
Vingadores no ano que vem com o 22º filme, que será uma
continuação de Guerra Infinita, mas que até a presente data
(07/05/18), permanece sem ter o título revelado. Até o encerramento
dessa fase em Vingadores teremos as estreias dos filmes Homem-Formiga
e a Vespa, em Junho de 2018 e Capitã Marvel, em Março de 2019.
Filme este que será ambientado na década de 1990, a nova heroína
também deve estar presente no filme Vingadores 4.
Quanto
a crítica, Guerra Infinita só vem recebendo elogios pra um filme de
super-heróis, este fornece tudo o que se quer ver. Batalhas
infinitas, como sugere o título do filme, muita luta e poderes sendo
usados num ambiente gráfico que convence e muito, com excelente
acabamento das cenas que torna o filme extremamente visual. O
problema, ou não, é que o vilão Thanos acaba roubando a cena
diante de cerca de sessenta heróis que aparecem no longa, embora a
estória do personagem não seja tão aprofundada assim. Pois o filme
apesar de ter mais de 2 horas e meia acaba seguindo a proposta visual
e é uma enxurrada de batalhas, assim acaba faltando tempo pra um
desenrolar mais explicativo. Criando dúvidas no espectador e quase
que obrigando uma segunda ida ao cinema. Seria uma tática da Marvel?
Rsrs.
Alguns
pontos confusos permeiam a história do herói mais evidente no
filme, Thor, que seria o primeiro protagonista depois do antagonista
Thanos, claro! O vilão já começa o filme com uma das seis joias do
infinito, a do poder, que só bem à frente no filme e em uma única
frase, Thor acaba explicando como ele a obteve, (retirando a joia das
mãos da Tropa Nova). Uma explicação não dada é: Onde foi parar a
Valquíria e os lutadores que ajudaram Thor a salvar seu povo? Em uma
frase Thor fala que Thanos matou metade do seu povo, o que sugere que
os personagens não citados fugiram antes da nave com os Asgardianos
ser destruída pelo algoz. Outra questão resolvida numa frase é
sobre: Como o Deus do trovão ganha o poder de conjurar a ponte
Einstein-Rosen e se teletransportar pelo universo? Com um roteiro tão
interligado com outros filmes, é claro que questões assim acabariam
surgindo, mas estas não atrapalham o enredo do filme.
Um
dos acertos no filme foi retirar toda a armadura e elmo dourados de
Thanos, deixando um visual mais simplista, o que pôde deixar que as
expressões gráficas do rosto do vilão aparecessem mais. Não
esquecendo de citar a atenuação na cor roxa da pele, que a deixou
mais real, se compararmos com a primeira aparição de Thanos no
universo MRVL. O tom engraçado e sarcástico presentes em todos os
filmes segue firme neste e cumprem a função de impulsionar um
roteiro simplista como em todo filme. Chegando a ultrapassar o limite
atingindo um humor mórbido em uma cena onde Rocket Raccoon conversa
com Thor sobre o destino dele. O filme tem um roteiro em certos
aspectos previsíveis, já que é uma caçada as joias pelo
super-poderoso Thanos e a maioria delas o espectador sabe onde está,
exceto para a joia laranja da alma que está bem escondida. O final
reserva-se emocionante e surpreendente, mas se analisado mais de
perto, é também bem previsível. Temos que ressaltar o esforço
cumprido em fazer um enredo coeso e uma montagem de cenas impecável,
que fazem o filme passar voando.
O
fato é que depois de Vingadores 4 a Marvel vem escondendo todo seu
planejamento, e com a compra quase que certa da Fox pelo conglomerado
Disney, que também é dono da Marvel, os direitos dos X-man, que
foram vendidos a anos, devem voltar pra casa, abrindo um leque enorme
de novas opções no universo. A Marvel vem usando no cinema os
direitos dos personagens de Hulk e Homem-Aranha, este que pertence
Sonny que já anunciou uma continuação para Homem-aranha - De Volta
ao Lar, e aquele que ainda tem parte atrelada a Universal Pictures.
Estes dois personagens devem ter participação reduzida na próxima
fase da Marvel, se não saírem de vez do universo, pelo menos por um
tempo num futuro próximo. É claro que parcerias sempre podem ser
renovadas, mas a Marvel possui uma infinidade de personagens nos
quadrinhos e deve expandir seu universo utilizando estes no cinema.