segunda-feira, 7 de maio de 2018

CINEMA - VINGADORES GUERRA INFINITA


Até agora a estratégia da Marvel de entrelaçar seus filmes culminando em um fecho de ciclo no filme dos Vingadores vem dando muito certo. No ciclo 1 os filmes eram solos, tendo o enfoque na construção de cada herói. Com o passar do tempo outros heróis foram sendo incorporados (Hulk, Feiticeira Escarlate, Homem Aranha, etc) misturando mais e mais os filmes, e assim se deu a construção do universo Marvel nos cinemas, que embora seja baseado nos quadrinhos segue bem distinto deles. No ciclo 3 completados com três filmes de cada herói principal (Homem de Ferro, Capitão América e Thor), a mistura foi tanta que Capitão América – Guerra Civil se tornou quase um Vingadores 2 e meio, por trazer a maioria dos heróis do universo num mesmo filme.

Vingadores Guerra infinita com um pouco mais de uma semana já entra pro hall dos maiores filmes do cinema, seja por público, pois vem arrebatando até mesmo os que não estão familiarizados com os filmes anteriores, seja por arrecadação financeira, já atingindo o seleto clube do 1 bilhão de dólares. O filme vem iniciar o fim de um ciclo que começou em Vingadores I, com a aparição do vilão Thanos, que permeou o universo da Marvel nos cinemas por vários filmes até chegar agora no décimo nono filme. Devendo encerrar a era dos Vingadores no ano que vem com o 22º filme, que será uma continuação de Guerra Infinita, mas que até a presente data (07/05/18), permanece sem ter o título revelado. Até o encerramento dessa fase em Vingadores teremos as estreias dos filmes Homem-Formiga e a Vespa, em Junho de 2018 e Capitã Marvel, em Março de 2019. Filme este que será ambientado na década de 1990, a nova heroína também deve estar presente no filme Vingadores 4.


Quanto a crítica, Guerra Infinita só vem recebendo elogios pra um filme de super-heróis, este fornece tudo o que se quer ver. Batalhas infinitas, como sugere o título do filme, muita luta e poderes sendo usados num ambiente gráfico que convence e muito, com excelente acabamento das cenas que torna o filme extremamente visual. O problema, ou não, é que o vilão Thanos acaba roubando a cena diante de cerca de sessenta heróis que aparecem no longa, embora a estória do personagem não seja tão aprofundada assim. Pois o filme apesar de ter mais de 2 horas e meia acaba seguindo a proposta visual e é uma enxurrada de batalhas, assim acaba faltando tempo pra um desenrolar mais explicativo. Criando dúvidas no espectador e quase que obrigando uma segunda ida ao cinema. Seria uma tática da Marvel? Rsrs.

Alguns pontos confusos permeiam a história do herói mais evidente no filme, Thor, que seria o primeiro protagonista depois do antagonista Thanos, claro! O vilão já começa o filme com uma das seis joias do infinito, a do poder, que só bem à frente no filme e em uma única frase, Thor acaba explicando como ele a obteve, (retirando a joia das mãos da Tropa Nova). Uma explicação não dada é: Onde foi parar a Valquíria e os lutadores que ajudaram Thor a salvar seu povo? Em uma frase Thor fala que Thanos matou metade do seu povo, o que sugere que os personagens não citados fugiram antes da nave com os Asgardianos ser destruída pelo algoz. Outra questão resolvida numa frase é sobre: Como o Deus do trovão ganha o poder de conjurar a ponte Einstein-Rosen e se teletransportar pelo universo? Com um roteiro tão interligado com outros filmes, é claro que questões assim acabariam surgindo, mas estas não atrapalham o enredo do filme.

Um dos acertos no filme foi retirar toda a armadura e elmo dourados de Thanos, deixando um visual mais simplista, o que pôde deixar que as expressões gráficas do rosto do vilão aparecessem mais. Não esquecendo de citar a atenuação na cor roxa da pele, que a deixou mais real, se compararmos com a primeira aparição de Thanos no universo MRVL. O tom engraçado e sarcástico presentes em todos os filmes segue firme neste e cumprem a função de impulsionar um roteiro simplista como em todo filme. Chegando a ultrapassar o limite atingindo um humor mórbido em uma cena onde Rocket Raccoon conversa com Thor sobre o destino dele. O filme tem um roteiro em certos aspectos previsíveis, já que é uma caçada as joias pelo super-poderoso Thanos e a maioria delas o espectador sabe onde está, exceto para a joia laranja da alma que está bem escondida. O final reserva-se emocionante e surpreendente, mas se analisado mais de perto, é também bem previsível. Temos que ressaltar o esforço cumprido em fazer um enredo coeso e uma montagem de cenas impecável, que fazem o filme passar voando.

O fato é que depois de Vingadores 4 a Marvel vem escondendo todo seu planejamento, e com a compra quase que certa da Fox pelo conglomerado Disney, que também é dono da Marvel, os direitos dos X-man, que foram vendidos a anos, devem voltar pra casa, abrindo um leque enorme de novas opções no universo. A Marvel vem usando no cinema os direitos dos personagens de Hulk e Homem-Aranha, este que pertence Sonny que já anunciou uma continuação para Homem-aranha - De Volta ao Lar, e aquele que ainda tem parte atrelada a Universal Pictures. Estes dois personagens devem ter participação reduzida na próxima fase da Marvel, se não saírem de vez do universo, pelo menos por um tempo num futuro próximo. É claro que parcerias sempre podem ser renovadas, mas a Marvel possui uma infinidade de personagens nos quadrinhos e deve expandir seu universo utilizando estes no cinema.